
Estimular o futebol como hobby comum de todos os brasileiros tem sido o grande esforço do sistema como um todo para manter uma população com vocação a diversidade concentrada em um interesse único.
O Rio de Janeiro, como capital cultural do país ganhou a missão de regulamentar a imposição do futebol no gosto popular dos brasileiros. Por isso mesmo que no Rio, quem está aqui é obrigado a gostar de futebol. Quem se recusa é punido severamente com desprezo ou até mesmo a exclusão social.
Não adianta inventar que "ninguém é obrigado a gostar". Não existe democracia na hora de impor o gosto pelo futebol. Ou você adere, ou sai fora. Ou "veste a camisa" ou não atrapalhe quem quer curtir. E se vire para arrumar diversão e amigos.
É nítido que muitos cariocas que fingem gostar de futebol não estão nem aí para a modalidade. Só querem gritar junto e obter os benefícios de uma vida social. Angariar confiança alheia para obter favores, sobretudo emprego e sexo. E o ser humano, animal social, sabe muito bem que sozinho está fadado ao fracasso e possivelmente à morte.
Claro que a população vai forjar respeito a diversidade e nunca vai assumir que está obrigando amigos, contatos e colegas de trabalho a gostar de futebol. Mas quem não curte vai ouvir coisas do tipo "você não é obrigado, mas seria bom se você gostasse de futebol", junto com um estranho clima de desconforto semelhante ao existente quando você diz a um anfitrião que não está gostando da comida que ele preparou.
Mas o certo é que se você vive no Brasil você é recomendado a gostar de futebol. No Rio de Janeiro, a coisa é ainda mais rigorosa, com o gosto pelo futebol transformado em regra de etiqueta social. É aquele negócio de "ame ou deixe-o". Ame o futebol ou saia do Rio de Janeiro. Quem não tem time de futebol no coração e na carteira de identidade, vai penar para conseguir algum favorecimento que somente quem tem vida social ativa, constante e plena é capaz de conseguir.
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