Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2017

Porque tem tantos jogadores direitistas? E porque a esquerda ainda curte o mais capitalista dos esportes?

Nossa esquerda é fraca. Um dos sinais de sua fraqueza é que ela se deixa seduzir facilmente, nos assuntos de lazer e cultura, pelas armadilhas montadas pela direita, interessada em aumentar a quantidade de consumidores para seus produtos e com isso, agigantar seus gananciosos lucros. O futebol, nossa opção de lazer com maior aceitação social, é um grande exemplo do rendimento das esquerdas ao canto de sereia direitista. As esquerdas frequentemente ignoram que há direitistas que adoram o futebol, o mais capitalista dos esportes e que faz girar um volume gigantesco de dinheiro, enriquecendo cartolas, jogadores, patrocinadores e qualquer um que se envolva na gestão do mesmo. Não é de se surpreender que garotos vindos das favelas, que enriqueceram da noite para o dia graças a uma simples forma de diversão, sem esforço intelectual, passem a acreditar na Meritocracia, ideologia básica da direita, e começar a esnobar as classes à que pertenceram um dia. Praticamente todos os jogadores viraram

Atenção: Futebol poderá ser usado para compensar prisão de Lula

Em 1982 havia um filme chamado Pra Frente Brasil, de Roberto Farias, para mim um dos melhores filmes já feitos no Brasil. Ele mostrava o contraste da alegria do futebol com a ditadura militar que punia pessoas consideradas "subversivas".  Mas é um filme bem real, pois a conquista de 1970 foi muito bem utilizada pela ditadura militar, quando a vitória no futebol foi - erroneamente - associada ao milagre brasileiro, como se o futebol pudesse ser incluído entre a melhoria da qualidade de vida prometida pelo clima de otimismo político da época. Enfim, voltamos a viver numa ditadura. Sob a desculpa de combater a corrupção, uma verdadeira Máfia a serviço do Capitalismo especulativo mundial tirou uma presidente honesta do poder e já realizou gigantescos estragos no país, que retoma a sua "vocação" de colônia de exploração. Não somente perdemos direitos como também as nossas riquezas e a soberania nacional. Uma terra arrasada. Mas não nos importamos. Ano que vem teremos cop

Perda dos direitos da Globo de transmitir futebol pode fazer cair a popularidade da modalidade esportiva

Ainda não confirmamos a informação, mas parece que a Rede Globo pode perder os direitos de transmitir as copas, se eu não me engano, a partir de 2026. As acusações de envolvimento com meios ilícitos para a compra de direitos pode fazer a Globo perder o negócio mais lucrativo de sua empresa. Mas uma coisa que boa parte dos esquerdistas não percebeu é que este fim de direitos pode ser catastrófico para os que acreditam no futebol como patrimônio cultural brasileiro. O futebol em si nada tem de mágico e a sua hegemonia foi forjada pela grande mídia através da Globo. O público em geral não gosta realmente de futebol. Futebol é coisa de torcedor e não de brasileiro. Quem inventou essa lenda de que torcedor e brasileiros são sinônimos foi a mídia. E a mesma mídia construiu um ornamento complexo que deu magia postiça ao futebol, como o que foi feito com a gata borralheira no conto da Cinderela. Por isso que, sem a Globo, o futebol perde o seu maior meio de divulgação, podendo, gradativamente

Miguel do Rosário faz hangout com camiseta da CBF

Miguel do Rosário é um dos melhores jornalistas da atualidade. Suas análises são precisas, detalhadas e sempre comprovadas através de dados. Nossa equipe é fã do cara e sempre assiste seus hangouts (chats através de vídeo) e lê os excelentes artigos de seu site Cafezinho. Mas em um de seus hangouts, uma coisa chamou a atenção que nos deixou um pouco encafifados, quase impedindo de prestar a atenção no hangout em si. Como se este hangout estivesse sendo apresentado por alguém com uma verruga gigante na cara. Miguel do Rosário estava usando uma camiseta da CBF. Nada contra o fato dele gostar de futebol (ainda mais que ele é carioca e cariocas são obrigados pelas regras sociais a gostar de futebol). Mas as circunstâncias político-sociais do Brasil e o fato de que Rosário é um crítico da grande mídia e da corrupção praticada por cartolas, a camiseta ganha um significado muito alem do que simples apologia a uma modalidade esportiva. Rosário tem todo o direito de gostar de futebol. Mas ele t

Novo escândalo no futebol tem muito a ver com a imposição do mito de "dever cívico" atribuído a modalidade

Quando eu era criança, os adultos tratavam minhas brincadeiras com um certo desprezo, como se não tivesse nenhuma importância. Crescido, finalmente entendi o porque do desprezo, pois percebi que brincadeiras só servem para divertir e somente em raros casos servem para alguma coisa séria. Mas chegando à vida adulta, percebi que para muitas pessoas, certos hábitos não mudam e algumas brincadeiras de adulto passaram a ser excessivamente levadas a sério, como se fossem obrigações, a ponto de unir e desunir pessoas que pensam ser esta forma de lazer crucial para o destino não somente dessas pessoas, mas de toda a sociedade brasileira. Por muitos anos, brasileiros crescera achando que o futebol não era apenas uma forma de lazer mas um dever cívico, uma obrigação que toda a sociedade seria obrigado a seguir por suposto amor à pátria. Era a nossa forma de manifestar o patriotismo, já que não somos patriotas em ocasiões de maior seriedade, pois não nos incomodamos com a perda de nossos direitos

A derrota do Flamengo e a mania de levar o futebol a sério

Rio de Janeiro é um estado em crise. Mas não faz mal. Se o estado for completamente destruído e sobrar apenas o Maracanã, a população fluminense, e principalmente a carioca, respirará tranquila. Salvou o seu bem mais valioso. Cariocas são fanáticos por futebol. Incluem a vitória de um time à qualidade de vida mesmo que esta vitória nada traga de concretamente positivo a seus torcedores. É como uma religião onde o abstrato e intocável representa uma alegria muito maior que o concreto. É como ser feliz com uma alegria imaginária, fictícia e intocável. A derrota de ontem do Flamengo no jogo contra o Cruzeiro entristeceu os cariocas que estão muito felizes com a decadência do estado. Afinal, esta decadência não está sendo causada por um partido de esquerda, o que alivia os tradicionalmente conservadores cariocas. Como o futebol substitui a qualidade de vida, o foco dos cariocas é ver os seus times e a "seleção" do Pato Amarelo do ganancioso Neymar vencendo campeonato importantes.

Grito de "gol" dos cariocas é para afirmar masculinidade

Quem vive no Rio de Janeiro sabe que na sociedade carioca o futebol não somente é obrigação social como é regra de etiqueta. A sociedade carioca está dividida entre quatro times: Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo. Cariocas são obrigados a escolher um dos quatro times e mesmo não assistindo a um só jogo e desconhecendo o nome dos principais craques, quem não optar por entre um dos quatro se encontra em sérios apuros, sendo vítima de claros preconceitos. Mas para os homens cariocas, o futebol tem um significado a mais, o que aumenta a obrigatoriedade: o futebol é o meio de afirmar a masculinidade. Para cariocas, homem não é aquele que gosta de mulher. Homem é aquele que gosta de futebol. Se você for gay e gostar de futebol, você é respeitado como macho viril e tem a sua masculinidade comprovada. Mas se você é daqueles que não trocaria mulheres por um joguinho de futebol, ih... pode se preparar para apanhar de homofóbicos. Você já deve ter ouvido como um carioca comemora a vitória de

Esquerdistas: Direitistas também gostam de futebol

Quando o assunto é lazer e cultura, os esquerdistas costumam pisar em tomate e não raramente em cocô. Não raramente costumam tratar supérfluo como necessário e enxergar espontaneidade na mais fajuta armação de produtores "artísticos". Se esquecem que por trás do lazer está a mais nociva manipulação empresarial para manter o povo alienado no tempo livre em que não está subjugado a um patrão ou coisa parecida. As esquerdas enxergam o futebol como símbolo cívico e acham que isso tem que ser mantido, por mais fútil e inútil que seja a modalidade esportiva. Fazem questão que a seleção da CBF esteja presente em todas as copas e se puder, transforme as conquistas em rotina, por mais monótona que possa parecer. Afinal, para um país sem identidade e com baixa auto-estima, nada melhor que usar o lazer para se autoafirmar quando isso não acontece em situações mais sérias e necessárias. Mas uma coisa que noto é que muitos esquerdistas tratam o futebol como se não houvessem cartolas envol