Já imaginou uma brincadeira feita por quase toda uma multidão de um determinado lugar e se você se recusa a entrar na brincadeira, é tratado como antipático, malvado, maluco e outras xingações? Pois é. É este o cenário do futebol na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Se gostar de futebol é considerado uma obrigação em todo o país, não havendo nenhuma cidade - que eu saiba - onde há predominância dos que não gostam (a TV fez as mantes...), no Rio de Janeiro faz parte da etiqueta social. Quem não gosta, é maltratado e desprezado.
A explicação para isso está no fato de que os "melhores" (ponho aspas porque eu nada tenho a ver com isso) times de futebol do Brasil estão aqui. Curiosamente, o outro estado onde há outros considerados melhores, São Paulo, é onde há mais pessoas avessas a futebol, mesmo não sendo maioria de sua população.
A sensação que os cariocas que curtem futebol sentem diante de quem não curte é a mesma daquela criança que faz uma brincadeira onde quase todos participam, mas encontra outra criança que não está a fim de brincar. Aliás, a sensação é até pior, pois por ter adultos envolvidos - no Brasil, os adultos estão tão acostumados a abrir mão da vontade durante o trabalho, que resolvem também robotizar seus gostos no lazer, com uma imensa ajuda da grande mídia e das regras sociais - não curtir futebol acaba sendo visto como uma heresia, uma ofensa.
Se esquecem eles que no lazer nada é obrigatório e que vivemos - pelo menos teoricamente - em uma democracia. A diversidade de gostos deve ser respeitada, ainda mais num país como o Brasil, onde a diversidade em tudo é a sua marca registrada.
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