Muita gente vai se sentir ofendida com esta postagem. Mas se repararmos que ainda somos uma população jovem com apenas 518 aninhos de idade, vamos entender a nossa superestimação a algo que foi criado para ser uma reles forma de lazer mas que é tratado como o nosso motivo maior de orgulho e urgente ato de salvação cívica de um país.
Não somos o único povo fanático por futebol, mas somos o único que faz a confusão entre este tipo de esporte e a própria pátria, a ponto de ver importância política no mesmo, como quem enxerga uma cabeleira em uma lisa casca de ovo.
Somos infantis e ainda preferimos ser patriotas de brincadeirinha do que ser patriota de verdade. Até porque ser patriota de mentirinha é mais fácil e tranquilo. A história mundial comprova que patriotas de verdade só vivem se ferrando. O verdadeiro patriotismo exige uma luta comparável a carregar um arranha-céu de mais de 100 andares pelas costas. Melhor ser patriota de mentirinha.
Brincar é muito bom, mas não numa época em que vivemos. O Brasil está um caos e nós preocupados com futebol e o seu desempenho em um reles campeonato. Os portais de esquerda perderam muito tempo falando sobre futebol, com direito a verdadeiros hypes que transformaram um mero divertimento em uma urgente luta pela sobrevivência da dignidade para o país.
Vários textos ultrapassaram os limites do surreal. O futebol passou a ser uma questão de vida ou morte, embora continuássemos vivos, exceto os suicidas, após a eliminação. Será que vamos continuar com a delirante tese de que o jogador - tucano - Neymar, com a taça na mão, iria derrubar com as mãos as grades da cela em Curitiba, resgatar Lula e colocá-lo na cadeira presidencial no Palácio do Planalto? Só em sonho, meu amigo! Só em sonho!
Parece que os portais de esquerda inverteram o provérbio que diz "primeiro o dever, depois o prazer". Em um país em frangalhos, sem direitos, sem soberania, com um montão de problemas para serem resolvidos, largamos tudo para nos entregarmos de corpo e alma à ilusão do futebol. Como crianças de 518 aninhos diante de povos milenares, queremos brincar acima de tudo. Deixemos o dever para essa gente grande que, através dos golpistas, vem destruindo o país aos poucos. Má escolha.
O futebol foi tratado pelos esquerdistas como algo de primeiríssima necessidade. Como se dependêssemos de um reles título no futebol para viver. Li declarações absurdas em prol do futebol. Coisa de histérico sob transe narcótico. A surrealidade ignorou limites da lógica e do bom senso.
Parecia que não eram 11 jogadores em um jogo de futebol e sim 11 soldados em campo de batalha. Sem o Brasil ter encarado uma guerra de verdade, brincamos na guerra de mentirinha. Melhor Tite escoltar soldadinhos de chumbo para jogarem a próxima partida enquanto os jogadores brasileiros vão sambando nos campos europeus em suas verdadeiras pátrias.
Foi um verdadeiro show de imaturidade cometido pelos esquerdistas, alçando um reles divertimento ao nível de um corajoso ato de civismo. Mas o preço disso pode ser alto. Os brasileiros já sã chacota no exterior como um povo imaturo que só pensa em futebol. A direita deve estar rindo da cara dos esquerdistas após saber que os portais de esquerda só falam sobre futebol, tratando-o com exagerada importância e desesperada urgência.
Não digo para ninguém abandonar o futebol. Mas o futebol é o quê afinal? Um forma de divertimento ou a luta pela nossa sobrevivência? Esquecem os esquerdistas que o Brasil ainda está na dianteira dos maiores campeões em copas e que isso nunca melhorou a nossa realidade cotidiana e muito menos deu soberania ao país.
As esquerdas brincaram de ser patriotas durante este mês. Mas no próximo mês, começa a campanha presidencial. Ai teremos que apelar para um tipo mais sério de patriotismo, que tem mais a ver com o nosso já sofrido cotidiano. Ou ainda acham que basta o congresso, sob a batuta do Presidente da República, organizar uma partida de futebol que está tudo resolvido? Amadureçam, esquerdistas, amadureçam...
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