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Uso da Camisa da CBF mostra que brasileiro, mesmo o rico e escolarizado, ainda confunde a "seleção" com o país

O mar amarelado que marcou os protestos anti-PT e supostamente anti-corrupção foram graças ao uso da camiseta amarela que é o símbolo oficial da Seleção Brasileira de Futebol, que na verdade e um time de futebol administrado pela CBF, Confederação Brasileira de Futebol.

Mas para esta gente mal informada metida a politizada, não era a camisa de um time de futebol e sim o uniforme de um país. São as mesmas pessoas que batem panela em pronunciamento petistas e berram estrondosamente quando a "seleção" faz algum gol trazendo a alegria pelo sucesso de um supérfluo que comprovadamente nada traz dignidade para o país.

Essa confusão "país/seleção" é tradicional e se baseia no mito de que o futebol é a nossa maior identidade nacional e única (sic) coisa no mundo em que os brasileiros são melhores. Sinceramente, se você sabe mais jogar futebol do que resolver problemas na vida, você é um incompetente completo. Para ser taxativo: altamente competente em ser incompetente.

Para completar a burrice dos que achavam que a retirada de um grupinho do poder nas mãos de um juiz contratado pelo grupinho adversário (Fla-Flu?) iria acabar com toda a corrupção no país (e não vai - a origem da corrupção é muito mais complexa do que qualquer um pode imaginar), os bananas futebolísticos se esqueceram que a CBF é uma entidade corrupta. Mito mais corrupta do que qualquer grupo político. 

Mas nem adianta dizer: "ah, mas eles não cobram imposto. Vendem o seu produto que e o futebol que chega plenamente ao nosso alcance". Plenamente? Pois saiba que o jogo que você pode estar assistindo é um mero teatro. Times são pagos para perder e para ganhar com base em roteiros pré-determinados. Há muita trapaça e jogos comprados. Amistosos são feitos para ganhos ilícitos. Sedes de jogos são escolhidos por favorecimento, sendo os sorteios mera encenação.

O fanatismo do brasileiro faz tão mal ao cérebro que as pessoas perdem a noção de verificar o que é autêntico ou o que é falso. Se há pessoas sorridentes berrando, é porque parece bom e correto para elas. Se está ligado a alegria e ao suposto "patriotismo", sempre parece válido. Parece, mas não é.

E há um quê de torcida futebolística nesse anti-petismo. Não interessa para esta multidão de abastados que não sabe o que significa o sentido pleno da palavra "problema" se a corrupção vai acabar ou se o Brasil vai melhorar. Aliás para eles é bom que o Brasil nunca melhore, pois vários deles lucram com a miséria alheia. 

O que interessa mesmo é eliminar o vilão da moda, construído pela mídia em uma típica novela política e colocar no lugar alguém que lute pelo interesse dessa classe abastada, mesmo que arrase de vez com o país.

É como uma torcida que deseja que o adversário seja eliminado para que ela possa se dar bem. O Esporte, canonizado pelos brasileiros como um dos seus valores mais positivos, te o lado ruim de estimular o egoísmo e a discórdia, pois não dá para imaginar união quando há competição.

E com esta mentalidade, confundindo futebol e política, "seleção" e país, Neymar e Sérgio Moro, que a elite brasileira e seus simpatizantes, amarelos feito coxinhas de galinha, torcem (literalmente ou não) pela saída de um desafeto, pois a elite quer caminho livre para continuar com seus abusos e sua escravatura remunerada.

Nunca na história deste país a Casa Grande torceu tanto para a derrota da Senzala. Esse é um jogo ainda sem vencedores e sem prazo para terminar.

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