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Torcedores: uma maioria complexada que finge respeitar as minorias

Interessante o que é observado nos torcedores de futebol. São uma maioria privilegiada, protegida pelas leis e pelas regras sociais, com o apoio total e irrestrito de autoridades e de todo o setor midiático. Lembrando que quem curte futebol tem maior facilidade de sociabilização, conseguindo, além de amigos, emprego e namoradas com mais facilidade dos que não curtem a modalidade esportiva.

Mas mesmo assim, os torcedores de futebol agem como coitados, exigindo mais do excessivo respeito que já recebem de toda a sociedade e fingem respeitar os direitos de quem não curte futebol, mesmo com as limitações e ofensas que eles impõem para quem prefere passar longe da folia futebolística. Há nas cabeças dos torcedores um medo inconsciente de serem obrigados a perder o direito de terem o seu maior hobby. Um medo que pode ser considerado inútil, se conhecermos os privilégios sociais dos torcedores.

É uma tolice incoerente esta atitude de coitadismo por parte dos torcedores que NÃO SOFREM QUALQUER TIPO DE DANO que seja causado pelo fato de gostarem de futebol. Porque os torcedores de futebol resolveram adotar esta postura coitadista? As críticas que eles recebem não conseguem estragar o prazer deles muito menos impedir o direito deles se divertirem da maneira que bem entendem.

Todo mundo é obrigado, sim, a gostar de futebol! Pelo menos no Brasil

E o papo de que ninguém obrigam as pessoas a gostar de futebol é uma baita mentira. Todo mundo sabe que no Brasil, o gosto e o futebol é uma obrigação e que os que não sentem obrigados a isso são de certa forma punidos no minimo com alguma forma de preconceito, tratados como se fossem seres estranhos. 

Na pior das situações, os que se recusam a aderir ao hobby favorito dos brasileiros são excluídos da sociedade, perdendo emprego e até mesmo direitos fundamentais por casa disso. Já houve casos disso, mas é interesse da mídia sempre evitar causar repercussões em casos assim. 

Por isso há pessoas que mesmo sem curtir de fato o futebol, prefere fingir que curte para não perder direitos sociais. Falam que não existem pessoas que se sentem obrigadas, que todos curtem por vontade e decisão própria, mas evidências mostram que muitos, principalmente as mulheres, aderem claramente por obrigação, com medo da solidão e de outras limitações.

Além disso, torcedores são muito barulhentos. Propositadamente ou não, quem curte futebol atrapalha o sossego de quem quer dormir, estudar ou fazer algum tipo de atividade que exija silêncio. 

Torcedores também se metem em brigas e vandalismo que podem arruinar quem estiver por perto, principalmente os não-torcedores, que se não bastasse todo o preconceito sofrido, ainda são responsabilizados pelos atos de vandalismo, pois é dogmático nas cabeças de muitos torcedores que hooligans não gostam de futebol, o que não é verdade. Hooligans adoram futebol, mas o seu amor pelos times é manifestado da pior forma. E cá pra nós: quem não curte futebol nunca iria perder tempo estragando o prazer de quem curte. Quem não curte prefere se ocupar com outras atividades.

Quem precisa de respeito é quem não curte futebol

Os não-torcedores é que deveriam lutar pelo respeito a sua individualidade e a seus direitos. Quem não curte futebol é que é socialmente prejudicado por "desobedecer" uma RÍGIDA regra social que enfiou na cabeça da maioria dos brasileiros que futebol é "sinônimo" de dignidade, de confraternização, e de identidade nacional. 

O dia que o futebol deixar de ser visto como prioridade e passar a ser tratado como uma mera e supérflua diversão, o que ele é de fato, as confusões e polêmicas entre os que curtem e os que não curtem futebol irá cessar, sem sombra de dúvida. 

O Brasil não precisa do futebol para ser considerado uma nação digna.

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